quinta-feira, 29 de junho de 2017
SINFONIA DE UMA NOTA SÓ
quarta-feira, 14 de junho de 2017
TRAÇOS E RABISCOS
A realidade é tão frágil, e eu em completa sintonia com a noite, faço rabiscos numa folha nua, ah, a nudez da folha me inspira a inquietação. Creio que podia ficar assim celebrando cada traço, cada linha, cada curva e glorificando o seu suposto olhar sobre mim e envaidecida derramaria sobre mim, varias camadas de tinta como se inadvertidamente quisesse fazer parte do meu próprio desenho.
imagem: Luciah Lopez
VINHO SECO
____ na borda da taça a marca de batom denuncia um falso beijo (quisera fosse na sua boca!) Ah, não tem nada não, é só mais um pensamento entre tantos que eu já nem sei mais se não é um delírio. O vinho é seco ao paladar, contudo, não há tristeza nem lamentos, pois ninguém pode pensar aquilo que lhe traz perturbações. Agora é noite... É silêncio nas imediações, e eu me faço prisioneira de quilômetros de distância sem saber se hoje, amanhã ou depois vou poder descansar na paz do seu sorriso. Desconheço essa paz_____ desconheço e mesmo assim, sinto que minha alma carece perguntar-lhe algo. Como é possível? Como?! Se ao deitar-me inerte entre os lençóis, os meus pensamentos são seus?! Ah, o extraordinário vazio da noite vem rondar minha janela...
*para Odur
segunda-feira, 12 de junho de 2017
VO(AMO)S
Eu sempre quis voar embora tenha nascido com uma asa apenas. A princípio pensei ser isso um castigo, então chorei porque não compreendia a ideia das metades que se procuram e numa quase veneração se reencontram e escandalosamente voam redimidos de toda culpa -, voam porque se pertencem através do Tempo e o retorno à claridade se faz através do amor. E tão maravilhoso é o seu amor, um aconchego de palavras e carinhos que faz o fim daquele suplício de não poder voar - nos abraçamos e voamos juntos.
para Odur
domingo, 11 de junho de 2017
UMA HERANÇA CHAMADA SAUDADE
A sua partida deixou em mim uma lacuna impreenchível e a sua história não passa -, não tem fim porque você vive em cada célula do meu corpo e foi a fonte de vida que glorifica a minha existência. Hoje eu percebo claramente a sua luta no sentido de me fazer entender o mecanismo da Vida pois não é possível viver de relatividades - a Vida é intensa, porém não aceita conformismos e a ancianidade nos persegue a despeito de nos tornar criaturas débeis, mas a sua presença na minha vida não é somente uma foto antiga; é como o sol depois da geada, é como a música embalando o silêncio no mais íntimo e recôndito de mim mesma e isso me faz forte o suficiente até mesmo para chorar a sua saudade enquanto olho para a minhas mãos e esta visão me dá a certeza de que eu guardo somente lembranças importantes, e me entrego a uma vida inaudita levando comigo a sua presença e a certeza de que a Vida não se retira.
com amor, Luciah
para o meu pai Moysés Lopes Ribeiro
(11/06/1917 - 24/09/1988)
terça-feira, 6 de junho de 2017
ENTRE VERSOS
É com muita satisfação que comunico que o livro de estréia de Luciah Lopez como
poeta (aliás, brilhante), já está no prelo. Fui honrado em fazer o prefácio da
obra, muito bem diagramada
por outro poeta, Osmarosman Aedo. Agradeço publicamente esta
honra em analisar a obra tão repleta de sentimentos e construída com a alma de
Luciah Lopez a quem, de pé, aplaudo agora.
À GUISA DE PREFÁCIO
(a palavra nua)
poesia não é ilusão. Se assim fosse, seria mágica.
A poesia é sentimento. Por isso a emoção.
Faz chorar, rir e sentir. Eis o milagre daqueles
que realmente sabem escrever poesia. Aliás, escrever,
não! Debulhar a alma. E isso, cara Luciah Lopez, você
sabe fazer como ninguém. Um rápido exemplo neste livro
de estréia: "Toda palavra branca é nua...", isto é, palavra
nua, não tem nem cheiro de poesia, equivalendo mais a
uma prosa ou narrativa. Por isso, confesso que me encanta
ler sua obra, agora reunida neste livro.
Encanta-me a solidez do mote. A linha performática,
até, com a qual você vai tecendo o tijolo poético, sob o
prelo do conhecimento prático. Teus poemas me obrigam
à lucidez interpretativa. Essa é a vantagem de traduzir um
insight simples, quase comum, sem rimas lógicas ou perceptíveis,
mas com espectro profundamente desestrutural.
Note-se: "Um dia que não amanheceu/E uma noite que
não se desfez da escuridão." Isso significa que o verso
bem elaborado não precisa de técnica, nem escolas, nem
sofrimentos. Todavia, não deve ser uma palavra nua.
Essa é a grande diferença em sua bela obra. Incitado e
excita o leitor pela condução poética, a fim de que ele
possa construir seu enredo contemplativo, numa hermenêutica
de passo a passo, sob o desenrolar do fluxo
versicular, tirando desse, a maioria das sensações que a
alma de quem lê possa disponibilizar naquele momento.
Isso é um fenômeno clássico.
E como diz Antoine de Saint-Exupéry: "A verdade não
é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo
que se simplifica." Eis o segredo desta maravilhosa obra.
Então, Luciah, na mosca!.
(a palavra nua)
poesia não é ilusão. Se assim fosse, seria mágica.
A poesia é sentimento. Por isso a emoção.
Faz chorar, rir e sentir. Eis o milagre daqueles
que realmente sabem escrever poesia. Aliás, escrever,
não! Debulhar a alma. E isso, cara Luciah Lopez, você
sabe fazer como ninguém. Um rápido exemplo neste livro
de estréia: "Toda palavra branca é nua...", isto é, palavra
nua, não tem nem cheiro de poesia, equivalendo mais a
uma prosa ou narrativa. Por isso, confesso que me encanta
ler sua obra, agora reunida neste livro.
Encanta-me a solidez do mote. A linha performática,
até, com a qual você vai tecendo o tijolo poético, sob o
prelo do conhecimento prático. Teus poemas me obrigam
à lucidez interpretativa. Essa é a vantagem de traduzir um
insight simples, quase comum, sem rimas lógicas ou perceptíveis,
mas com espectro profundamente desestrutural.
Note-se: "Um dia que não amanheceu/E uma noite que
não se desfez da escuridão." Isso significa que o verso
bem elaborado não precisa de técnica, nem escolas, nem
sofrimentos. Todavia, não deve ser uma palavra nua.
Essa é a grande diferença em sua bela obra. Incitado e
excita o leitor pela condução poética, a fim de que ele
possa construir seu enredo contemplativo, numa hermenêutica
de passo a passo, sob o desenrolar do fluxo
versicular, tirando desse, a maioria das sensações que a
alma de quem lê possa disponibilizar naquele momento.
Isso é um fenômeno clássico.
E como diz Antoine de Saint-Exupéry: "A verdade não
é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo
que se simplifica." Eis o segredo desta maravilhosa obra.
Então, Luciah, na mosca!.
Jornalista Mhario Lincoln
Crítico literário e presidente da Academia Poética Brasileira.
Crítico literário e presidente da Academia Poética Brasileira.
quinta-feira, 1 de junho de 2017
149ª Capa do Grupo Fechado Poetas Amigos
Sempre tive a propensão a sonhar e era no meu Diário de capa azul, fechado com uma pequena chave em forma de coração, que estes sonhos se transformavam em poesias. Eram as minhas relações mais intimas com o mundo à minha volta e a modo de como tais acontecimentos provocavam mudanças significativas em mim. Um dia, abri o meu Diário Azul e mostrei algumas dessas anotações preciosas para mim e até dispus-me a correr para debaixo da cama caso houvesse risadas -, mas não foi o que fiz. Mas como eu não tenho o habito de fugir, esperei pacientemente e as coisas aconteceram e ainda acontecem impulsionando a minha maneira simples de fazer poesias -, algo assim, como quem planta um jardim de margaridas.
Obrigada Sandra Fayad por este presente!
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