sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

FELICIDADE

 



Todos nós desejamos a felicidade, seja em qualquer estágio da nossa vida, costumamos verbalizar esse desejo de forma a torná-lo mais próximo, mais real. Damos o que temos, fazemos o que podemos para superar nossas dificuldades, essa é a "meta de excelência" que levamos vida afora. Muitas vezes nos tornamos vulneráveis, porque supúnhamos estar vivenciando uma felicidade duradoura, coisa que nem sempre acontece, contudo, a maturidade também nos ensina a resolver nossas dificuldades mediante aprendizados até mesmo dolorosos. Posso dizer que aprendi algumas lições, neste último período da minha vida, tive alguns sobressaltos, algumas situações conturbadas mas, as respostas vieram dos mais inusitados lugares e formas; confesso que eu ansiava pelo término deste ano de forma a não carregar mais angustias ou medos. Finalmente tudo fará parte do passado e a inspiração é privilégio que me acompanha, todavia, não posso me esquecer que as dádivas que Deus nos concede, devem ser constantemente divididas para que se multipliquem. Pensando assim, costumo não fazer julgamentos ou críticas que possam causar mágoas, somos o sal, porém não temos o direito de salgar feridas alheias. Estou priorizando a felicidade de ter momentos comigo, de me conhecer e superar minhas limitações, dirigir a própria vida é gratificante, tão gratificante que se torna possível receber outras pessoas e sorrir e sonhar e fazer novos planos. Quem não for diverso a mim, será sempre bem vindo, pois a vida é uma via de mão dupla. Vambora viver!!


Feliz 2022!



quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

UM ORGASMO DE TODAS AS CORES

 


Respira-me entre as tintas entre as cores, sobre  papéis e folhas, respira-me. Respira-me entre os livros amarelados e velhos jornais estereotipados. Respira-me na ausência da luz e na sombra das velas, nos cantos nos becos, nas ruas e nos campos, respira-me. Respira-me na terra úmida, na relva, nas flores, nos frutos maduros. Respira-me no olhar dos bichos, na cantoria dos pássaros, na malemolência dos rios, na alma dos peixes, respira-me! Respira-me nas tuas mãos a extrair da terra a gema preciosa, a pedra encantada - o olho do dragão. Respira-me quando preso à tua vestimenta de homem, respira-me na tua pele nua - vestimenta de macho que ao me possuir derrama-se em suores saciando a minha sede liberta-me de todos os pudores dissipando a condição dogmática que me impede o retorno ao primitivo. Respira-me pelos teus poros, pelas tuas veias, pelas tuas entranhas, pelos teus olhos, através dos teus sentidos. Respira-me pelo teu sexo - elo entre os mortais - respira-me até eu me adonar de ti e não restar mais nada nem de ti e nem de mim na combustão dos corpos um orgasmo de todas cores e a finalização do homem  no renascer do sagrado. Respira-me...



Imagem: Obra do artista plástico Dhi Ferreira - Curitiba PR

www.dhiferreira.com.br

domingo, 19 de dezembro de 2021

A ILUSÓRIA DA LUZ


Um dia eu resolvi me calar. Examinar os aspectos da vida pode levar anos e, todos os pensamentos fragmentados serão novamente avaliados de forma um pouco mais madura. Sei perfeitamente que nem assim, as nossas virtudes serão maiores que nossos defeitos - isso aos olhos de quem nos vê e, contudo, não nos enxerga. Daqui, onde eu me encontro, posso dizer que finalmente me encontrei. Houve um processo interior, um desapego existencial não aflitivo, não sofredor mas, necessário na linha evolutiva vertical. Por outro lado, a geometria sagrada presente em todas as coisas me revestiu de um forte sentimento de compaixão - posso finalmente olhar e enxergar  sem transgredir as leis naturais mas, isso não me torna melhor do que ninguém, apenas não mais  vinculada a uma condição ilusória que oferece brilho para quem não sabe acender a própria luz.


imagem: Sossego

                                                                                        aquarela s/papel Canson

       Luciah Lopez