terça-feira, 28 de maio de 2019

AMANHÃ


Amanhã a cidade vai acordar antes do sol. Não vou gritar e nem espernear debaixo das cobertas, nem tampouco arrancar os meus cabelos ou  queimar incenso de benjoim. Todos os pesares serão como olhos fitos no espelho e com a mesma a estranheza de sempre  ele beijará a minha mão e, cada qual saberá dos ferimentos que carrega na alma. Largas esperas que partem vidraças, afastarão as tempestades carregadas de veneno e fel  e no matraquear das velhas torpes as espinhas de peixe darão lugar aos dentes apodrecidos. O velho relógio da torre girando os ponteiros marcará o nosso tempo, e a estrela que alumia o dia estará nas minhas mãos.

HIBRIDA



Os espinhos perfuraram os meus olhos e a loucura chorou a minha dor. Há um longo caminho a ser percorrido entre o nascer e o pôr do sol, e o meu ser absoluto de vida, se move entre as pedras de fogo porque é preciso exsudar a alma que não me pertence. Haverá um profundo silêncio e o céu em purpura se tornará, e no meu coração o eco das palavras ditas, dos segredos das risadas das promessas e dos sussurros, serão calmaria. E o amor será um renascer na alquimia da pele.

domingo, 26 de maio de 2019

RAZÃO


Preferível é que tudo seja assim, Que a sua liberdade leve o seu coração num voo para outras galáxias e o seu poema seja eterno e a vida, apesar de fria, não mais causará danos. Há um céu azul e nuvens brancas, destas que se pode ler como se fossem poesias para a derradeira musa.