terça-feira, 22 de março de 2016

Boa Noite, Odur




Boa noite, Odur

A cidade adormecida não sabe das conquistas e nem faz parte do rol das pessoas felizes. No exercício do meu livre arbítrio e imbuida de uma felicidade repentina, eu me esqueço das horas e mesmo de pijama e descalça eu vou pro quintal olhar a lua. A certeza absoluta da cumplicidade lunar é interrompida pela garoa fininha e gelada que cai do céu e chega ao meu rosto feito carícia. Os meus pés descalços e a grama recém cortada... me esqueço de tudo e me ponho a dançar. Não estou preocupada com convenções e, sim, com a inspiração da minha alma e a diretriz que ela me aponta e a promessa de uma jovialidade que nos mantém, assim, tão juntos e tão simples em nossas descobertas. Ah, cidade, durma em paz as suas línguas maldosas, as suas
preocupações infundadas, os seus ciúmes absurdos, o seu senso inferior, durma as suas neuroses, os seus medos e a dissociação de seus parcos momentos do que é a felicidade. Durma! Durma enquanto eu continuo aqui, dançando ao som imaginário de The Köln Concert e absolvida de qualquer sentimento de culpa por estar tão feliz assim.

Amo você, boa noite, Odur




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