Amanhã a cidade vai acordar antes do sol. Não vou gritar e nem espernear debaixo das cobertas, nem tampouco arrancar os meus cabelos ou queimar incenso de benjoim. Todos os pesares serão como olhos fitos no espelho e com a mesma a estranheza de sempre ele beijará a minha mão e, cada qual saberá dos ferimentos que carrega na alma. Largas esperas que partem vidraças, afastarão as tempestades carregadas de veneno e fel e no matraquear das velhas torpes as espinhas de peixe darão lugar aos dentes apodrecidos. O velho relógio da torre girando os ponteiros marcará o nosso tempo, e a estrela que alumia o dia estará nas minhas mãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário