domingo, 28 de agosto de 2016

ADÃO E EVA


Adão e Eva

Quantas vezes eu morri à solidão de não tê-lo comigo envolto na densa paixão que alimenta minha pele, minha carne e a brancura dos meus ossos. Quantas noites insones a minha boca na secura dos teus beijos, fez os meus lábios enrijecidos... Ah, torturante ausência que me castiga como se a própria paixão fosse mais que o fogo, mais que o medo da própria morte no sangue esvaído a confessar-te amor em agonia e estertor. E ao inferno me recolhi, desorientada feito a serpente que não provou da maçã e se arrasta sangrando o ventre em solo inóspito. Quisera beber o suor da Medusa e adormecer em pedra sobre o leito da Terra a viver a tortura de não sermos um só.


para Odur



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