domingo, 21 de maio de 2017

A LUA






Ela caminha cabisbaixa e indiferente aos cachorros sem dono que a seguem. A sombra dos postes passam trazendo uma mescla de tristeza e solidão. Sente o coração - (sabe que esta viva). Viva!Estar viva, mas, por quê? Lentamente seus olhos buscam a lua. Pálida. Silenciosa. Pendurada num pedaço do céu. Ama a lua.Sonha com a sua quietude – com sua solidão. Ela é a lua! Sente-se assim – pendurada num pedaço do céu. Sente o vento nos cabelos – o vento pode atravessar seu corpo, sente-se assim, fluída. Abre os braços e continua caminhando. Abre a boca buscando o ar à encher-lhe os pulmões. Esta vazia. Vazia de si. Oca de sentimentos. Os cachorros seguem calados – observando. Talvez entendam aquilo como uma brincadeira, mas,não participam, apenas observam. De súbito ela para. Junta as mãos em prece – os olhos marejados se desprendem da lua. Pássaros noturnos voam baixo. Tudo é silêncio e solidão. Triste ela percebe que não pode ser igual a lua. Suas pernas não suportam o peso do corpo – cai. Aquieta-se enrodilhada feito um bicho. Os cachorros deitam-se ao seu lado – silenciosamente aquecem seu corpo durante a noite fria.



Nenhum comentário:

Postar um comentário