sexta-feira, 26 de maio de 2017

TERCEIRO DIA


[ ! ] através da penumbra o meu olhar sucumbia  às correntes obscuras encerrando mais um dia e tampouco o sono era capaz de manter o silêncio nos meus pensamentos. Naturalmente a sua imagem era resgatada de cada espectro projetado na parede nua e remetido a alguma aventura em vestes de herói tupiniquim montado num pássaro azul. Eu já havia perdido o habito de sonhar, me considerando mais uma hipócrita  extravagante representando a difícil e árdua tarefa de caminhar em solo adulto. Ah, como era repulsiva e empobrecedora essa caminhada diária com ares de mandona - até os meus ossos doíam - então, em meio a uma tarde morna (onde eu, bem que devia estar lendo Joyce, Whitman ou Bukowski), aconteceu a renovação da minha existência - e eu, já acostumada a uma boa dose de solidão, me rebelei a ela e passei a existir sobremaneira encantada com a sua presença espontânea na minha vida.  Há uma amável tranquilidade entre você e eu e isso não nos deixa indiferentes às necessidades puramente carnais, contudo, o que está em nós se renova a cada dia ( e noite sucessivamente) e assim será.

para Odur




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