quinta-feira, 7 de setembro de 2017

PAISAGEM INTERIOR


_____eu morro sufocada neste álbum de retratos, que a descontinuidade do Tempo faz azular. Quanto mais eu contemplo os detalhes das penas dos pássaros, mais me dou conta de que não posso voar -, e num impulso me lanço ao abraço feito pintura de tinta guache e me penduro no dorso da ilusão de viver em você. Ah, os seus instintos mais primitivos a invocar-me a docilidade de quem vive à margem da realidade na luminosidade nos seus olhos de sol e poucas são as palavras que o Tempo  nos participa, porque nem o rio, nem a floresta, nem a montanha ou mesmo o mundo inferior pode separar o que provem de nossa alma e pode ser refletida no espelho d'água - benéfica e cristalina água que sacia a sede de todas as sedes: a felicidade de ser assim, tão sua.







Imagem: Chelsea Greene Lewyta



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