quinta-feira, 20 de setembro de 2018

EXISTÊNCIAS




É dele a voz que me acalmou 
me resgatando de mundos que transfixam corpo e alma
na indulgência do amor distanciado.
É dele a presença iluminada 
brancazulada que tira longe os despojos e as dores
que ferem os meus pés na impiedosa travessia dos séculos.
É dele a boca que me deu o beijo
sal da vida nas primeiras horas da minha existência.
É dele a mão que me ampara e cura as minhas feridas
embriagadas de desejo nas profundas do meu ser mulher.
É dele a certeza do amor porque eu me despi diante dos seus olhos
e caminhei nua no seu coração 
e sou eu quem bebe o gole de absinto e fel
enquanto os dias saltam do calendário preso em paredes imaginárias.
É dele a pele, os pelos, a verdade, a mentira, a sede, a fome, a febre, a dor
a vértebra desviada, o sangue, a saliva, a urina, a noite e o dia
o sol no riso solto, a lua no olhos inquietos.
É dele o meu amor, a minha veia, o meu sangue, o meu pulso
o meu riso, porque eu chorei e morri a minha morte pra renascer
todos os dias e noites na musica da sua voz.
É dele o meu amor porque não se explica a existência da alma
nem a covardia de não saber amar.




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