segunda-feira, 22 de junho de 2020

IMBRÓGLIO


Eu escrevi longos poemas na areia e me esqueci do vento e suas devassidões, sempre soprando o redemoinho da vida na inútil tentativa de renovação. Fixos em mim, eram os sonhos de todas as criaturas, sobretudo aquelas que, tiveram a sorte de nascer aladas. Os meu pensamentos não me obedeciam, e eu me ajoelhava ante o fim do mundo e a complacência dos intelectuais, as palavras eram ditas em demasia e a verdade tinha um hálito revoltoso de mentiras. Houve então, um silêncio e a irrealidade estabeleceu o seu vínculo. Os poemas escritos na areia deram lugar aos sortilégios e atravessaram a úmida penumbra dos tormentos e a dor. A vida tornou-se insípida e o homem caminhou só...


imagem: Imbróglio
Naquim sobre papel
Luciah Lopez



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