segunda-feira, 22 de abril de 2024

Prefácio à obra de Luciah Lopez, " Entre Versos - A palavra branca é nua"

Carta a Luciah Lopez: poesia não é ilusão. Se assim fosse, seria mágica.

Prefácio à obra de Luciah Lopez, " Entre Versos - A palavra branca é nua"

Por Mhario Lincoln/Luciah Lopez

 


A PALAVRA NUA

Poesia não é ilusão. Se assim fosse, seria mágica. A poesia é sentimento. Por isso a emoção: faz chorar, rir e sentir. Eis o milagre daqueles que realmente sabem escrever poesia. Aliás, escrever, não! Debulhar a alma. E isso, cara Luciah Lopez, você sabe fazer como ninguém.
Nesta obra, "ENTRE VERSOS - A palavra branca é nua", a palavra nua, não tem cheiro, mas quando vira poesia, vira também alma, vira buquê, vira pele, vira gozo, vira tendência, vira mulher, "nada se perde, tudo se transforma”, como nas palavras químicas de Lavoisier. Por isso, confesso que me encanta ler sua obra, todas as vezes que tenho vontade de imergir além do real, além da poesia sintética e analítica, além da poesia complexa, mas inerte. Por isso volto ao "Entre Versos", toda vez que choro ou me perco na memória
Isso porque, confreira Luciah Lopez, encanta-me a solidez do mote: 'transformar a palavra branca e nua', numa linha performática de construção interpessoal, sob o prelo do conhecimento prático. Teus poemas me obrigam ver a lucidez interpretativa. Essa é a vantagem de traduzir um insight sem rimas lógicas ou perceptíveis, mas com espectro profundamente desestrutural, que machuca o incomum e destrói a mesmice acadêmica.


Note-se: "Um dia que não amanheceu/E uma noite que não se desfez da escuridão". Isso significa que o verso bem elaborado não precisa de técnica, nem escolas, nem sofrimentos. Todavia, só deve ser uma palavra nua, enquanto fermenta a massa lírica.
Essa é a grande diferença engastada nessa bela obra. Incita o leitor (ir) pela condução poética, a fim de que ele possa construir seu enredo contemplativo, numa hermenêutica de passo a passo, sob o desenrolar do fluxo versicular, tirando desse, a maioria das sensações que a alma de quem lê, possa disponibilizar no momento.
Isso é um fenômeno clássico. E dentre tantos pensadores, pedi licença para trazer Antoine de Saint-Exupéry à mesa pelo simples fato dele ter escrito: "A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica". Eis o segredo desta maravilhosa obra.
Então, Luciah, acertadíssima a manipulação ilógica das letras nuas, transcrita em forma de versos, nessa obra de altíssima voltagem poética.
Mhario Lincoln, presidente da Academia Poética Brasileira

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