segunda-feira, 5 de novembro de 2018

HORA DE DORMIR



Chegou a hora de me deitar. A janela filtra a luz da lua criando desenhos na parede _____alusão à Kandinsky?! Um sopro de vento frio balança a cortina e desfaz-se os desenhos, a parede volta a ser nua e a nudez da parede é como a minha nudez, e eu penetro a dolorosa sensação do vazio.
Excepcionalmente, eu consigo esquecer o vazio, mas durante a noite, a hora dos pesadelos eu me sinto incitada a fazer perguntas desordenadas como se fosse possível obter uma resposta não irônica, não trágica, uma vez que a minha capacidade de entender as particularidades contidas em falsas verdades é bem acentuada. Novamente uma lufada de vento frio move as cortinas. Está frio, mas eu me sinto muito a vontade assim, e mantenho a janela entreaberta e o vento frio da noite resfria os meus pensamentos enquanto eu me aqueço debaixo do edredon. Os meus olhos estão tão cansados, mas ainda buscam as palavras que não chegaram, ainda evocam a figura que está guardada no meu coração e o Tempo parece mesmo que não tem fim...
Eu percebo que Asgard é assim - um sopro. Ah, deixa pra lá, melhor voltar à realidade, este fiel antídoto que tomo aos goles antes de dormir e que me mantém viva, mesmo no meu pior pesadelo.



arte visual: Luciah Lopez


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