domingo, 24 de janeiro de 2021

PERJÚRIO

 


é meu corpo que flutua

são minhas asas insanas

é minha boca morrendo na sua

é eterno perjúrio

é dor que não arrefece

não viaja no escaler da saudade

não se cala, não adormece.

é o inverno tardio

na minha pele de primavera

são as horas suicidas

as mãos vazias

é a noite tecendo filigranas

enfeitando a orla dos meus olhos

consentindo o amor

no meu peito de ternura

e embriaguez.



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