ENIGMA
Se ao teu olhar sou poesia e me
faço carne em tuas mãos, então, por que me lanças à súplica
estrangulada de Ezra'eil?! Por que permites
que o fio da lâmina derrube a asa que me mantém o equilíbrio?! E da tua língua,
só o final de cada palavra sã, é a melodia do teu nome na pauta de quatro
espaços e os teus lábios adulteram a eternidade, e as tuas mãos abrem a porta
do terceiro céu, antes que os meus pés caminhem sobre o abismo e os meus
cabelos de sangue e fogo se rendam aos afagos do vento sul. Nenhuma palavra me
sustenta no julgamento da carne frente ao oráculo do fogo. Somos nós, a eterna
aliança entre o ontem e o amanhã.
imagem: Eros e Psyche
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