domingo, 5 de fevereiro de 2017

ENIGMA


ENIGMA



Se ao teu olhar sou poesia e me faço carne em tuas mãos, então, por que me lanças à súplica estrangulada de Ezra'eil?! Por que permites que o fio da lâmina derrube a asa que me mantém o equilíbrio?! E da tua língua, só o final de cada palavra sã, é a melodia do teu nome na pauta de quatro espaços e os teus lábios adulteram a eternidade, e as tuas mãos abrem a porta do terceiro céu, antes que os meus pés caminhem sobre o abismo e os meus cabelos de sangue e fogo se rendam aos afagos do vento sul. Nenhuma palavra me sustenta no julgamento da carne frente ao oráculo do fogo. Somos nós, a eterna aliança entre o ontem e o amanhã.


imagem: Eros e Psyche



Nenhum comentário:

Postar um comentário