domingo, 15 de julho de 2018

ENTRE O DELTA E A ESPADA



Por que foi, que Deus criou a mulher com seus versos alcalinos e seu olhar profano? Deu-lhe alma possuída de pecado e santidade – prostituto desejo de amar esmiuçando a carne e o ventre em rosa flor. E tu, em adoração e ternura na orgia exaspera a carnadura, entregando-se à tortura de amar sem ter razão. Entre o delta e a espada - a flor e suas pétalas - orvalho, manancial, vertente de peixes nadando na imensidão do teu rio de infinitas mortes, sem nunca saber quem é cativo de quem.


imagem: Roberto Ferri

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