Toda trêmula e nua de rendas e sedas, rilhando os dentes na arcada da boca. Ai, que desgosto! Quisera fosse agosto com seus cachorros loucos uivando em dissonância me fazendo assustada e com olhar pregado neste céu sem lua. Mas agora é julho - e então me beija a boca sem se importar com as estrelas imperfeitas ou queixumes da lua. Há um súbito verso em cada esquina, um rumor que só amofina e uma sofreguidão de tanto querer - que até me despi das roupas e rasguei a pele no nervoso das horas. Mas que história é essa?! Logo mais eu vou nascer -, se é que me entende?! E por isso ando a sofrer essa tesão que me aflige e me desmaia a razão de existir no seu abraço de bicho faminto. Ah, então me beija a boca, os pés e as coxas porque a noite já chegou por aqui e logo vai virar mais uma folha do calendário e tudo fica 'caliente' quando me morde a nuca e me soa bruto o seu respirar...
para Odur
imagem: LL
Muita sensibilidade nestas poucas palavras!
ResponderExcluirAmei teu estilo!!!
Vai firme!
abraço
Lola
Muito obrigada Louraini, fico muito feliz que tenha gostado. Seja sempre bem-vinda!!
ExcluirAbraço,
LL
Classuda e feminina! Poesia de primeira grandeza! Beijos poeta.
ResponderExcluirObrigada minha querida poetisa Dorothy Carvalho. Seja sempre bem-vinda. Beijos
ResponderExcluir