terça-feira, 12 de janeiro de 2016

ENTRE O CÉU E A TERRA


Entre o Céu e a Terra

_ O que é isso? O que esta acontecendo com você?  Será que está louca?!- me perguntou a amiga. E isso em 2008. Eu não tive uma resposta no momento. Calada,  minimizei o que eu estava escrevendo e salvei como rascunho. Fiquei muito sem graça por ter sido pega em flagrante. Minha amiga era rápida demais com os olhos e conseguiu ler algumas linhas do meu texto, alem de ter visto claramente a fotografia que ilustrava o mesmo - um poemeto pra lá de meloso, falando de sonhos e fantasias ilustrado com a sua fotografia.
Dei um longo gole no vinho que estava tomando, acendi um cigarro e me preparei para ser executada sem dó nem piedade. Ela não perdeu tempo e rasgou o verbo - disse que aquilo era uma atitude puramente infantil e que o melhor era eu não pensar mais na pessoa em questão - esquecer, porque além de ser impossível, o mesmo era "ferrenho" e falou dando um ênfase assustador. Eu mordi o lábio superior (desde criança minha mãe dizia que era o sinal pra eu abrir um berreiro sem igual), mordi e rezei pra não chorar. Afinal, o que tinha de mais, eu escrever um poema?! O que tinha demais, eu usar uma fotinha, quase uma 3 x 4 para ilustrar o meu poema?! O que tinha de mais, eu amar??? Neste dia eu percebi a diferença entre quem ama e quem não sabe o que é o amor. Amei no instante em que os meus olhos se deparam com a foto. Uma imagem pequena demais para ver os detalhes do rosto, mas suficientemente grande para me alcançar. Suficientemente forte para tocar o meu coração e nunca mais ser esquecida. E ouvindo tudo o que a amiga me dizia de ruim, eu olhei a fumaça do cigarro e voei com ela pela janela - ganhei o céu enegrecido por nuvens de chuva e fui buscar aconchego no amor. Voei por dias, que se tornaram semanas, meses e anos. Durante este voo, muitas e muitas vezes eu senti a necessidade de ver o amor, de olhar a fotografia (aquela e outras que surgiam aleatoriamente). Muitas vezes eu ficava triste com o que eu via e chorei muitas vezes - a lágrimas eram amargas e doloridas aos olhos. O Tempo inexorável continuava com a sua mão lapidando aqui e ali, ate que um dia, o amor me viu ou a minha poesia - o meu "Cântico dos Cânticos" chamou sua atenção - foi êxtase! Mas, os dias se passaram e tudo continuou como antes e eu voltei a voar e escrever poesia nas nuvens, isso porque me era mais ameno que chorar o amor que não podia ter. Voando não vi o dias passando por mim e se tornando anos ( 8 anos). Todas as estações novamente passaram por mim - primavera, verão, outono e inverno e as fases da lua  - ah, a lua! A magia da lua em seu Plenilúnio fez com que ele, o meu amor sentisse a minha presença.  Estou feliz - êxtase! Poder enfim, conversar e conhecer mais a pessoa maravilhosa que todos os dias vem me trazer alegria, é bom demais! Eu não quero pensar no amanhã (ele pode nunca chegar), mas o agora será eterno em mim. Não há mais como eu dizer que não estou apaixonada, eu estaria sendo hipócrita e onde a felicidade está, não há um só momento para dúvidas e incertezas. E você, de noite é o meu feitiço do amor...
O acaso não existe, isso sabemos, então foi a magia da lua...O Plenilúnio! E eu te amo, fazer o quê?


para Odur


Um comentário:

  1. Tá certa! O amanhã é hoje. Apaixonar-se sempre é a palavra de ordem.
    Beijos

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