sexta-feira, 3 de junho de 2016

FIM DE TARDE


Fim de Tarde



Uma das  lembranças que eu guardo da minha infância, são as tardes como esta -, o céu azul/violeta e as nuvens se desmanchando ao sopro de algum vento ligeiro. Lá em Paranavaí (da minha infância), o fim da tarde era sempre uma alegria, uma apoteose -, bandos de pardais fazendo uma gritaria na copa do grande jequetiba, que imperava absoluto no terreno baldio, na esquina, quase em frente a minha casa. Minha mãe e eu, sempre nos sentávamos numa daquelas cadeiras com armação de ferro e recoberta com plástico tipo macarrão, muito comuns naquela época -, e em silêncio ficávamos ouvindo os pardais e em determinadas épocas, os bandos de andorinhas vinham passar o verão na nossa cidade. Era um espetáculo à parte! Algumas se exibindo em voos rasantes, se distanciavam do bando em formação compacta, dando a impressão de ser uma nuvem escura contra o céu azul violáceo. Engraçado, como estas lembranças permanecem vívidas em mim e eu me pergunto, se alguém mais se lembra da grande árvore, aquele belo jequetiba, que por muitos anos serviu de morada aos pardais e andorinhas naquela esquina, um terreno baldio entre a Av Parigot de Souza e Antonio Vendramim. Não sei, não acredito que alguém mais se lembre daqueles finais de tarde modorrentas, não fosse a algazarra dos pardais e a presença da minha mãe, talvez nem eu mesma fosse capaz de uma lembrança assim.


foto LL



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