BONECAS DE MILHO
Antes de me levantar, tossi.
Engasgada com a poeira
Levantada
quando voltei para mim.
Depois de cada amor, me sinto mais viva
e mesmo o som daquela flauta de bambu
não me detém – a vida se expande assim como
a minha visão das coisas que me tocam.
Já não são as mesmas de ontem
– amadurecem as bonecas de milho
e deitam seus cabelos sobre os compromissos.
E sobre os sussurros do útero noturno,
apenas um cochilo.
É necessário abrir os olhos depois de acordar
desenfileirar as vogais separando-as das consoantes
sem se sentir culpada de ter vindo ao mundo.
Depois, a história descansa sentada no umbral da porta
enquanto homens e mulheres
tecem o prazer, lambuzados de falsos orgasmos.
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